8.6.12

O Outro Rodamoinho

Este blog nasceu do meu interesse pela música caipira brasileira e sua viola de dez cordas. Acho que tocar viola tem muito a ver com um estado de espírito pra mim. Quando eu comecei a tocar, estava levando uma vida estressadíssima, morando em uma cidade incrivelmente caótica e poluída. A música caipira surgiu pra mim como um oásis, um refúgio. Minha vida mudou e a necessidade de refúgio diminuiu, mas a música caipira ficou. Com o tempo, minha vida musical foi tomando outros rumos e acabei deixando este blog de lado (Sua última atualização já fez aniversário).
Continuo ouvindo música caipira e especialmente música instrumental de viola, além de ir a shows sempre que aparecem, mas com menos intensidade do que há alguns anos. Voltei a tocar baixo em bandas autorais e me interessei mais por música instrumental elétrica. Toquei num trio instrumental e depois fiz parte da banda Nihilo até recentemente.
Minha viola está sempre ao meu lado, pendurada na parede do meu estúdio de ilustração, e às vezes me chama para eu desenferrujar os dedos em suas cordas tranquilas. É claro que isto não é suficiente, a violinha merece mais do meu tempo e eu sinto falta de passar mais tempo tocando.
De uns tempos pra cá, o interesse por música instrumental aumentou bastante e agora é isso que pretendo fazer, inclusive tocando viola caipira, mas provavelmente num contexto "menos raiz". Para registrar minhas experiências nessa seara instrumental, achei melhor criar outro blog, com o mesmo nome deste aqui (afinal, é tudo resultado do rodamoinho na minha cabeça). O endereço: http://rodamoinho2.blogspot.com.br/ Neste aqui, os posts com referências e discos para baixar são sempre bastante visitados e, quando novas músicas forem feitas por mim com a viola de dez cordas, volto a atualizá-lo.

8.8.08

Revista Viola Caipira

Editada pelo violeiro Pinho, esta revista tem o mérito de ser a única no país dedicada não só ao nosso querido instrumento mas a toda cultura caipira. Tenho quase todas as edições e gosto principalmente das matérias e entrevistas com artistas caipiras contemporâneos e do passado e das resenhas de CDs, mas o filé para os violeiros são as seções Destrinchando e Executando a Danada. Destrinchando traz transcrições de músicas completas ou ponteios de músicas conhecidas. Assinada pelo violeiro-monstro Fernando Sodré, a seção já apresentou transcrições de Bambico, Almir Sater, Tião Carreiro (claro) e outros. Executando a Danada é escrita pelo maestro Rui Tornese e é bem didática ao ensinar os rítmos caipiras tradicionais, sempre com exemplos de músicas tradicionais.
A boa notícia é que o site da revista, que até bem pouco tempo só trazia informações sobre assinaturas, agora está com mais conteúdo, inclusive as seções do Sodré e do Tornese na íntegra.
www.revistaviolacaipira.com.br

22.6.08

Índio Cachoeira


José Pereira de Souza estava com 53 anos. Depois de ter integrado durante cinco a dupla Cacique e Pajé, o violeiro estava trabalhando como motorista de ônibus em Guarulhos. Foi o produtor Ricardo Vignini, da banda Matuto Moderno, quem resolveu produzir um álbum inédito do instrumentista que no meio artístico é conhecido como Índio Cachoeira.
Violeiro Bugre é seu segundo CD e impressiona pelo virtuosismo e a limpeza do seu ponteado, aliados a um profundo conhecimento da música caipira tradicional. Este é o tipo de música caipira instrumental que eu gosto de ouvir, pois, ao mesmo tempo em que está totalmente enraizada na tradição e seus rítmos clássicos, acrescenta a ela um toque novo e pessoal.
Ao lado de seu trabalho instrumental, Índio Cachoeira faz dupla com Cuitelinho, já tendo lançado o CD Convite de Violeiro, que também é muito bom e segue a mesma linha tradicional. Além de compor, tocar e cantar, Cachoeira faz suas próprias violas, além de violas de quinze cordas, rabeca, violão e harpa.
Neste vídeo, Cachoeira toca Terra dos Andes:

8.6.08

Périplo

Esta é a parte da viola caipira. Ainda estou trabalhando num arranjo para rabeca que deve deixar a música mais interessante. Périplo é uma espécie de trilha sonora para uma história curta, então possui movimentos distintos, mais ou menos como uma obra clássica. Não que eu tenha pensado nela como tal, apenas fui criando as seções para acompanhar a história.
Périplo foi gravada na minha garagem, com apenas um microfone barato, e depois editada no SoundForge 7. Adicionei apenas um reverb bem leve. A viola é uma Rozini Flat afinada em Cebolão em Ré (A, D, F#, A, D).

Périplo mp3 - Download

25.3.08

Mais Perrengue

Fiz um arranjo para um violão tocar juntamente com a viola de Perrengue. Usando meu Sigma DM4B (um folk com cordas de aço), gravei no mesmo esquema na minha garagem e depois tirei um pouco dos ruídos no SoundForge. Em ambos os instrumentos usei apenas um pouco de compressão e reverb.
Depois que mixei, fiquei com a nítida impressão de que a música está acelerada demais. Eu a venho tocando nesse andamento desde sempre, mas, ao colocar o violão, achei que ela podia ser mais lenta. Pra tirar a prova, baixei um desses programas que reduz a velocidade das músicas que o pessoal usa pra treinar e diminuí em 10% o andamento de Perrengue, deixando-a uns 20 segundos mais longa. Fica melhor, mesmo. No entanto, ao mudar a velocidade o programa distorce um pouco as notas, alterando a afinação. Então, no link abaixo, vai a versão acelerada.
Quando sobrar um tempinho - algo raro ultimamante - eu a regravo mais lenta.

Perrengue com viola e violão - Download

20.3.08

Perrengue - MP3


Acabei de fazer esta gravação de Perrengue (cuja transcrição está aqui, lembra?). Gravei com apenas um microfone, na minha garagem, então tem algum ruído de fundo, mas ficou melhor do que as gravações que eu vinha fazendo com captadores vagabundos. A viola foi uma Rozini Flat afinada em Rio Abaixo (G D G B D).

Perrengue - download

27.12.07

Tião Carreiro

Tião é o pai de todos os violeiros modernos. Neste vídeo raro (bom, agora que está no YouTube não é mais) ele fala por que passou a ser chamado de Rei do Pagode e toca vários ponteios ao lado do parceiro Pardinho. Há outros vídeos da dupla no YouTube, é só procurar, mas boa parte é de apresentações mal gravadas. Esta é especial.

14.12.07

Bambico 5 - Brincando em Vídeo

Esta gravação é do programa Viola Minha Viola, da época em que ainda era apresentado por Morais Sarmento, em 1980. A qualidade da imagem é boa, mas o som está meio baixo. De qualquer modo, dá pra ver por que Bambico escolheu dar a esta música (e ao seu disco solo) o nome de Brincando com a Viola: O cara realmente passeia pelo instrumento.
Eu adoro a internet. Antes dela, quem poderia encontrar tão facilmente uma gravação rara como esta?



E tome mais Bambico: Neste vídeo de Vou aonde tem amor o grande violeiro, aqui como Douradinho, está ao lado do parceiro João Mulato. Curiosamente, quem faz o ponteio do pagode é João Mulato e não Bambico.



Eu fico cada vez mais impresionado com a longevidade da obra do Bambico, especialmente porque seus discos ainda estão inéditos em CD. Uma busca no YouTube mostra vários vídeos com violeiros tocando Brincando com a Viola, e cada um tem comentários elogiosos a ele, considerado por todos uma grande influência. As postagens que coloquei aqui têm justamente esse intuito: preservar e divulgar a obra do grande violeiro de Umuarama.
E, por falar em perpetuar, que tal aprender a tocar Brincando com a Viola?
O entusiasta Daniel Viola (há vários vídeos dele no YouTube, vale conferir) gravou um vídeo em que ensina a tocá-la em andamento bem lento, veja só:

2.12.07

+ Matuto Moderno

E por falar em Matuto Moderno, tem alguns vídeos da banda no YouTube que valem uma conferida. Um dos mais legais é o vídeo de Naviola, no qual Ricardo Vignini toca a Arteiro, sua viola elétrica, um instrumento muito interessante sobre o qual já escrevi no Viola Elétrica (foto ao lado).
Vignini tem um pé firmemente fincado na tradição, mas também aposta na fusão da viola com a música contemporânea. Quem fizer uma pesquisa no YouTube vai encontrar vídeos em que ele faz versões bacanas e inusitadas para a viola de 10 cordas, como Master of Puppets (Metallica) e Voodo Child (Jimi Hendrix). Abaixo, um vídeo em que Ricardo toca, juntamente com o violeiro Zé Helder, uma versão de Kashmir, do Led Zeppelin:

27.11.07

Matuto Moderno - Bojo Elétrico


A banda Matuto Moderno é um dos principais expoentes da mistura da música caipira tradicional com rock e pop. Agora eles resolveram disponibilizar o primeiro álbum da banda, Bojo Elétrico, que está fora de catálogo desde 2002, para download gratuito. Sou fã de carteirinha dos caras, já fui a vários shows e sempre recomendo o som da banda para os amigos, então não perca tempo:
Bojo Elétrico- download

O site da banda dá detalhes sobre a gravação do disco, faixa a faixa. Aproveite para ler as novidades e ouvir as faixas dos outros CDs.

Bambico 4 - A Origem

Consegui encontrar os dois discos que Bambico gravou com Bambuê, em meados dos anos 70, antes de lançar seu disco solo. Ambos estão fora de catálogo e só existem em vinil, nas mãos de colecionadores. Fiz um arquivo para cada um com as faixas, as capas e a relação das músicas com suas respectivas autorias. É só clicar nos links para baixá-los.
Viola e Violão (1977) - Download
É Fogo no Fogo (1978) - Download

É fogo no fogo, de 1978, chama a atenção pelas composições do violeiro em parceria com grandes nomes da música caipira, como Liu, Zé Rico, Moacyr dos Santos e Jacó (Bambico foi responsável por grandes introduções de viola nas músicas da dupla Jacó e Jacozinho).
Em busca recente pela internet encontrei um grande número de referências ao Bambico, inclusive vários vídeos raros e vídeos de gente tocando suas músicas (especialmente Brincando com a viola). Logo coloco alguns links aqui.

15.11.07

Bambico 3 - O Retorno


Em minha busca pelo disco solo do Bambico, encontrei esta preciosidade: Meu Reino Encantado é o segundo disco que o violeiro gravou quando fazia dupla com João Mulato e usava o pseudônimo de Douradinho. É um trabalho bem tradicional de música caipira, com pagodes, toadas e modas, lembrando bastante as canções de outra dupla campeã, Tião Carreiro e Pardinho. Bambico faz muito bem a segunda voz e mostra habilidade na viola aqui e ali. Este disco também está fora de catálogo, então mandei pro MediaFire para quem quiser baixá-lo.

Meu Reino Encantado - Download (o link, que estava corrompido, agora está ok)

14.11.07

Bambico 2 - A Missão


Há alguns meses meu CD do Bambico sem mais nem menos bichou, recusando-se a tocar os ponteios do genial violeiro. Como eu não tinha nenhuma cópia, fui até a loja que me vendeu o piratão para trocá-lo. O cara atrás do balcão (também violeiro, aliás) me disse que o sujeito que fornecia as gravações para eles não dava as caras há meses e eles não tinham nenhuma cópia na loja para me dar. Senti um leve desespero, mas deixei ali meu CD defeituoso e fiquei de voltar no mês seguinte. Quando voltei, a loja havia fechado. Cáspite.
Felizmente sou um cara generoso e gosto de dividir minhas descobertas com os amigos. Um deles é o Beto Richieri, ex-guitarrista e violeiro da banda Dotô Jéka (uma das primeiras, senão a primeira, a juntar música caipira e rock), que me mandou uma cópia do CD que eu havia feito para ele. Tudo em paz, enfim.
Neste meio-tempo eu procurei pelo disco para baixar na internet e só encontrei um arquivo no e-mule que estava muito mal gravado. Sei que o Bambico tem uma espécie de culto no interior e seu disco circula entre os violeiros mais antenados, mas não há uma versão decente na rede. Como o disco nunca foi lançado em CD, não vejo nada de errado em colocar aqui um link para baixá-lo. Esta versão está bem melhor do que a que pode ser encontrada no emule, preserva o estéreo da gravação original, está em 192kbps e inclui a capa.

Brincando com a Viola - Download (o link que estava quebrado já foi arrumado)

13.11.07

Perrengue

Esta é minha única composição feita com a afinação Rio Abaixo (G D G B D). Ainda não pude gravá-la decentemente, então o link é só pra baixar a transcrição. Está em PDF e inclui tablatura e partitura.

11.11.07

O redemoinho de Paulo Freire


Quando pensei num nome para um projeto musical que misturasse música caipira com outras coisas (tudo!), o nome Rodamoinho se encaixou como uma luva. Idéia boa, eu sempre digo, nem sempre passa pela cabeça de uma só pessoa, então é importante botar as idéias em prática o quanto antes pra ninguém dizer que são copiadas de alguém. Pois bem, e não é que o mais recente CD do violeiro paulo Freire se chama... Redemoinho? O texto em seu site que explica o nome mostra que estamos pensando na mesma frequência (e ainda dá uma palinha de cada faixa):
O redemoinho que sacode e joga tudo para o ar, desacomodando as coisas, trazendo novidades aos antigos estudos, tendo sempre como princípio o movimento.

5.4.07

Bambico



Quando ouvi falar de Bambico pela primeira vez, disseram-me que ele foi um grande violeiro e que havia a "lenda" de que era ele quem de fato tocava os ponteios nos discos de Tião Carreiro e Pardinho. A partir daí fui atrás de informações sobre ele e pouco encontrei além de referências esparsas na Internet. Nada de biografia ou dados mais precisos. Mesmo no ótimo livro Da Roça ao Rodeio, Rosa Nepomuceno não chega a minúcias ao falar do violeiro.
Algum tempo depois, encontrei uma cópia pirata em CD de Brincando com a Viola, o único disco solo de Bambico (que só foi lançado em vinil e está fora de catálogo), em uma loja que vendia discos de música caipira em São Paulo. Comprei e só posso dizer que a fama de genial é mais do que devida. Os arranjos são bastante sofisticados e os ponteios são de outro mundo. Bambico era o cara.
Bom, recentemente, encontrei no site de João Mulato e Douradinho várias informações importantes que lançaram uma luz a respeito da vida de Bambico. Vejam só:

Inesquecível violeiro, no entanto, quase nada se falou nem tão pouco se escreveu sobre Domingos Miguel dos Santos, o Bambico, nascido em Umuarama-PR. Segundo Pedro Lemos Barbosa, o Pinho, criador e diretor da Revista Viola Caipira, " ...se Tião Carreiro é considerado o 'Pelé da Viola', Bambico foi sem dúvida o 'Garrincha dos Violeiros', tendo sido um verdadeiro artista nas artimanhas dos Ponteios". Esse jovem Violeiro foi de fundamental importância na criação do ritmo do Pagode de Viola. Além da dupla com João Mulato, Bambico também foi um grande amigo de Tião do Carro, além de ter também tocado a viola caipira em gravações de discos de Jacó e Jacozinho e Tião Carreiro, para quem também criou diversas introduções aos seus característicos Pagodes. Seu principal trabalho foi portanto como Músico de Estúdio, com seus arranjos a acompanhamentos que deram um marcante brilho sonoro a tais gravações.
Bambico também formou dupla com Bambuê e, em carreira-solo, gravou em 1982 o LP Brincando com a Viola na Chantecler (hoje Warner Music) (capa do disco à direita). Faleceu, no entanto, alguns meses depois, com apenas 38 anos de idade, de acordo com informações de seu amigo Tião do Carro. Com Bambico, João Mulato gravou 2 LP's: Saudade de um Amor Passado e Meu Reino Encantado, esse segundo disco contendo a célebre faixa-título composta por Valdemar Reis e Vicente P. Machado. Esperamos que esses LP's que são verdadeiros tesouros, não demorem a serem remasterizados e lançados em CD!


Ouvindo os ponteios de Bambico em seu disco-solo e os de Tião Carreiro, nota-se uma certa diferença de estilo e "pegada". Tião era mais energético, Bambico mais sutil. Por isso nunca achei provável que Bambico houvesse realmente tocado em gravações de Tião Carreiro. Mas, depois deste texto de João Mulato, uma investigação mais profunda talvez se faça necessária. Em quais músicas ele teria tocado? Quais ponteios teria criado?

25.3.07

DVD - 1º Encontro de Violeiros - Brasil com S


Téo Azevedo é um dos compositores mais prolíficos do Brasil, tendo mais de 1.500 músicas gravadas por diversos intérpretes ao longo de sua carreira.
A edição de imagens deste DVD é a mesma do casamento da minha tia Gertrudes, com todos aqueles efeitos "bacanas" que todo mundo adora odiar. A captação de som, porém, é muito boa: dá pra ouvir claramente cada nuance das vozes e instrumentos.
Um dos pontos altos é Brincando com a Viola, de Bambico, interpretada por Juliana Andrade e Jucimara, que abre o DVD. Juliana não faz feio ao intrpretar o clássico do mestre, finalizando o solo com a viola atrás da cabeça (Jimi Hendrix!).
Outro instrumentista que se destaca é Índio Cachoeira, com Prelúdio dos Pássaros. Eu já tinha ouvido falar dele, mas fiquei surpreso com a técnica superior e a sensibilidade melódica de seu ponteio virtuoso.
Um momento bastante emocionante é a execução de Peão de Aço, com a dupla veterana Cacique e Pajé. Esta dupla mostra a diferença que fazem os anos de estrada e vivência da música sertaneja na interpretação de uma canção.
É enorme a importância dessa iniciativa de Téo Azevedo, que reuniu convidados de várias gerações para celebrar a viola e a música de raiz, num repertório em que predomina o bom gosto. Um grande registro de um encontro histórico.

4.2.07

Melhorando o espaço entre as cordas

Cismei que o espaçamento entre as cordas da minha Rozini podia melhorar. Não é que não desse pra tocar, mas, além das cordas que formam os pares estarem distantes demais entre si, o espaçamente era irregular. Resultado: Às vezes eu atingia apenas uma das cordas do par.
Pra resolver isso, usei cinco elos da corrente de um chaveiro para envolver cada par de corda, logo atrás do rastilho, deixando um espaço suficientemente grande pra elas vibrarem livremente, mas menor do que o que determinam os furos no cavalete.
Funcionou.

É estranho. Gosto muito do som da minha viola, mas, se parar pra pensar, desde que a comprei, precisei ajustar a pestana, o rastilho, regular o braço e agora o espaçamento entre as cordas. Também precisei pedir a um luthier que desse um trato nos trastes, que estavam mal colocados. Tá bom que a relação qualidade/preço é boa, mas será que não dá pra viola sair da fábrica sem precisar de tanto ajuste? E o violeiro que não sabe que pode regular melhor seu instrumento, não corre o risco de se decepcionar com a marca?

5.1.07

Entresafra

Tenho passado bastante tempo fazendo os arranjos e gravando pra minha banda "elétrica", então a viola está meio de lado ultimamente. Logo logo volto a pontear e os posts aqui vão ser menos espaçados.

12.11.06

Mário Zan morre aos 86 anos


Zan foi um dos maiores autores de música caipira do país. Paradoxalmente, não era brasileiro. Nasceu em Veneza, Itália, e veio ao Brasil com 4 anos. Começou a tocar profissionalmente com 13 anos e sua carreira mostra números impressionantes: 200 músicas gravadas (mais de cem compostas por ele mesmo), 300 discos de 78 rotações, 110 LPs e mais de 50 CDs. Também foi o autor dos hinos de comemoração dos 400 e 450 anos da cidade de São Paulo.

Uma de suas músicas mais conhecidas é "Chalana", que fez sucesso com Almir Sater na época da novela Pantanal. Outro feito: "Nova Flor" foi gravada por diversos artistas sulamericanos com o nome de "Los hombres no deben llorar". Fez muito sucesso no exterior e voltou ao Brasil com uma versão gravada por Roberto Carlos, chamada "Os homens não devem chorar".

Com um currículo desses, Mário Zan poderia ter tido uma velhice bem tranqüila, mas, como ele dizia, o Brasil é uma esculhambazón e, assim, ele ainda tocava sua sanfona pra ganhar uma graninha mesmo após os 80 anos de idade.
Morreu na quinta-feira (9/11), de insuficiência respiratória, e foi enterrado ao lado da Marquesa de Santos, no cemitério da Consolação, em São Paulo.